Bonjour mês amis, ça va bien?






















Eu gosto muito A Valsa, minha filha Vanessa me presenteou com uma miniatura que deixo em lugar de destaque na sala da nossa casa. Camille sofreu preconceito e abandono , ela passou a viver trancada em seu estúdio em companhia dos seus gatos.











Seu pai aprovava seu estilo de vida e sua escolha profissional e a manteve financeiramente até sua morte em 2 de março de 1913, fato que não foi informado a Camille.
Dias depois, em 10 de março, seu irmão Paul Claudel internou-a abusivamente no hospital psiquiátrico. No formulário diz que o internamento foi “voluntário”, mas foi assinado apenas pelo irmão de Camille e pelo médico responsável. Há registros que mostram que, embora ela tenha tido surtos, ela estava completamente lúcida enquanto trabalhava na sua arte. Os médicos tentaram convencer a família que ela não precisava estar internada, mas mesmo assim eles a mantiveram lá.
A mídia, por um tempo, acusou a família de encarcerar um gênio da escultura. Sua mãe proibiu Camille de receber cartas de qualquer pessoa, a não ser seu irmão. O hospital propôs novamente que Camille não tinha porque ser mantida encarcerada, mas a família se recusava a lhe dar a dispensa.
Em 1º de junho de 1920, o médico Dr. Brunet mandou uma carta à mãe de Camille para que tentasse reintegrar a filha ao convívio familiar, mas nunca recebeu resposta.
Seu irmão Paul a visitou apenas setes vezes em 30 anos: 1913, 1920, 1925, 1927, 1933, 1936, 1943. Sempre se referia às visitas como tensas. Sua irmã Louise a visitou apenas uma vez, em 1929. Sua mãe, porém, nunca a visitou.
Em 1929, sua amiga Jessie Lipscomb a visitou e insistiu que Camille não era insana, nem louca, nem precisava de internação. Abaixo duas Fotos das amigas em períodos diferentes. Na juventude e já no manicômio. O amigo de Rodin, Mathias Morhardt, insistia em dizer que Paul queria calar o talento da irmã.
Ele declarou: “Paul Claudel é um simplório. Quando alguém tem uma irmã que é um gênio, você não a abandona. Mas ele sempre pensou que era ele o gênio da família.”
Sua família, apesar de rica, negaram a pagar uma pensão hospitalar a Camile, e nada fizeram para amenizar seu sofrimento, mesmo sabendo das condições sub-humanas que viviam os internos da época.
Rodin enviava-lhe algum dinheiro, mas nada fazia para tirá-la daquele sofrimento.
Carta sem data escrita por Camille à sua mãe durante internação em manicômio
“Minha querida Mamãe, (…) Um velho cozido de carne com molho escuro, engordurado e amargo ao longo do ano inteiro; um prato de macarrões nadando em óleo, ou então um prato de arroz do mesmo tipo, resumindo, uma porcaria, do começo ao fim. De entrada, um minúsculo (…) de presunto cru, de sobremesa, velhas tâmaras fibrosas, três velhos figos endurecidos ou três biscoitinhos envelhecidos também, ou um velho queijo de cabra. Eis o que me dão por seus 20 francos por dia. O vinho é um vinagre, o café é uma água de batatas. É realmente uma prova de loucura gastar assim esse dinheiro. Quanto ao quarto, é a mesma coisa. Não tem nada, nem um edredon, nem uma bacia higiênica, nada (…). Não quero de forma alguma continuar na primeira classe e peço a você que, quando receber esta carta, faça que me voltem a por na terceira classe como antes. Já que você teima, apesar de meus protestos, a me deixar nessas casas de saúde onde sou horrivelmente infeliz, desprezando qualquer espécie de justiça, ao menos economize seu dinheiro; e se for o Paul, comunique-lhe minhas apreciações.
Você tem notícias dele? Sabe onde ele está atualmente? Quais são suas intenções quanto a mim? Será que ele pretende me deixar morrer nesses asilos para alienados? Você é muito dura ao me recusar um abrigo em Villeneuve. Eu não faria nenhum escândalo, como você pensa. Ficaria demasiado feliz só por retornar à vida comum para fazer qualquer coisa. Não ousaria me mexer nunca mais, de tanto que já sofri. Você diz que seria necessário alguém para cuidar de mim? Como assim? Nunca tive uma empregada em toda a minha vida, foi você que sempre precisou.
Se você me desse apenas o quarto da senhora Régnier e a cozinha, poderia fechar o resto da casa. Eu não faria absolutamente nada de repreensível, já sofri demais para conseguir me recuperar.
Você não vê que eles sempre mentem de propósito, para tirar o seu dinheiro.
Recebi o chapéu, fica bem; o casado, que também serve; as meias são admiráveis; e o resto do que você me mandou.
Beijos.
Camille.“
A grafologista italiana Lígia Fagorolo analisou a escrita de Camille em cartas enviadas a familiares e nos revela alguns pontos importantes.
Camille no manicômio não era agressiva, ao contrário, era tranquila e só queria voltar pra casa. Hoje consideram o mal de Camile a uma depressão.
Camille Claudel, sua forte personalidade, sua intransigência, seu gênio criativo que ultrapassou a compreensão de sua época, como afirma o personagem de Eugène Blot no filme, permanecerá ainda e sempre um Sumo Mistério. Ela tinha uma inteligência e um talento fora do comum e poucas pessoas da época entendiam seu grande dom para ser uma verdadeira artista.
Morte
Camille Claudel faleceu em 19/10/1943, após viver 30 anos no hospício de Montfavet (hoje conhecido como Asilo de Montdevergues, um moderno centro hospitalar e psiquiátrico).Em setembro de 1943, Paul foi informado sobre a doença terminal de sua irmã, tendo dificuldades de atravessar a França, ocupada, durante a segunda guerra mundial, mas não estava presente nem na sua morte nem em seu funeral.
Sua mãe faleceu em 20 de junho de 1929 e sua irmã também não foi a Montfavet. O corpo de Camille foi enterrado no cemitério da instituição em uma vala comum.

Filmes sobre Camille Claudel
➡️O filme Camille Claudel (França, 1988 – California Filmes) relata a vida da escultora. Conta com a direção de Bruno Nuytten e a participação de Isabelle Adjani como Camille e Gérard Depardieu como Rodin.
➡️Em Camille Claudel 1915 – (2013), dirigido por Bruno Dumont, Juliette Binoche interpreta Camille em 1915, já internada.
Museu
Encontramos obras de Camile no Museu Rodin, Museu D’Orsay e no Museu Camile Claudel.




Informações práticas
Museu Camille Claudel – 10 rue Gustave-Flaubert, Nogent-sur-Seine, França.
Na Gare de l’Est em Paris pegue um trem com destino a Nogent-sur-Seine. A viagem dura cerca de 1 hora.
Horários de funcionamento: terça a sexta de 11h as 18h e sábados e domingos de 11h as 19h. Fechado às segundas e nos dias 1° de janeiro, 1° de maio, 1° de novembro e 25 de dezembro
Preço do ingresso: 7€ com direito ao audioguia.
Espero que visitem os museus e conheçam as belíssimas obras de Camille Claudel.
Bisous et à bientôt 😘
Simone & Vanessa 🌻
Fonte:
Wikipedia
Arquivo pessoal de Simone Geraldeli
Adorei o museu, mas só pensava…será que isto é dele mesmo Ou de Camile. Owwww sofrimento desta maravilhosa artista. QUEM TEM UM irmão e uma mãe assim, não precisa de inimigo.
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Sempre que leio a respeito de Camille Claudel me dói a alma . Muito sofrimento pelo simples fato de ser mulher em um mundo masculino . Ainda hoje muitas mulheres vivem esse suplício . Ainda teremos que caminhar muito para conseguirmos o respeito e liberdade de pensamentos que merecemos . Camille é um exemplo dessa vergonha inominável . Toda mulher devia conhecer e admirar o trabalho dessa artista que verdadeiramente nos representa . Parabéns Vanessa por mais esse texto admirável !
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Mas foi a senhora que fez 90% dele! Está escrito aí ! 😂
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