Bonjour mês amis, ca va bien?

Eu amo muito Paris, não é novidade, a história, arquitetura, estilo de vida, mas amo muito quando descubro lendas, mistérios, histórias diferentes e descubro algo sobre as sociedades secretas, sim elas existem e são histórias fantásticas, hoje vou falar sobre um grupo que restaurou o relógio do Pantheon, SECRETAMENTE, isso mesmo, escondido, sem ninguém perceber,ah como amo essas histórias, vem comigo!

A Les UX — de Urban experiment, é uma sociedade secreta que se dedica a construir, melhorar e restaurar locais pouco acessíveis de Paris.

Ela foi criada por um grupo de artistas na década de 80 e continua em plena atividade.

Entre as ações dos membros desta sociedade secreta está a restauração de diversas criptas medievais e do relógio do Panteão, a criação de um cinema clandestino em uma galeria subterrânea da cidade e a organização de peças, leituras e exibições.

Tudo começou em 1981.

Naquele ano, seis adolescentes entraram nas Catacumbas. A partir de uma das galerias, conseguiram invadir o subsolo de um prédio do governo. Eles vagaram pelo prédio por horas, até encontrarem um tesouro: mapas que mostravam todos os túneis da cidade.

Esses adolescentes passaram os anos seguintes desbravando o desconhecido. Foram eles que fundaram, ainda na década de 80, o UX, alguns deles não curtem o rótulo de “cataphiles”, afinal eles são mais que isso. Eles são exploradores urbanos. Com os mapas e o conhecimento acumulado durante anos, o grupo, agora formado por centenas de adultos, muitos deles artistas com mais de 40 anos, resolveu ajudar a cultura da cidade.

Hoje, o UX tem vários braços. O Untergunther é um deles, um grupo clandestino que invade prédios públicos e restaura patrimônios que foram abandonados pelo governo.

O trabalho mais famoso deles foi consertar o relógio do Panteão de Paris, que estava sem funcionar há cerca de 40 anos e é justamente sobre esse feito que vou falar hoje.

Em 2006, o grupo Untergunther, restaurou secretamente o relógio Pantheon, e mais de uma década depois, o National Monument Center concluiu a reforma deste relógio Wagner do século XIX.

Eles descobriram que o relógio Wagner do século XIX era enferrujado e quase irreversível, então eles secretamente estabeleceram sua oficina de restauração na base da cúpula do Panteão e esse trabalho teve duração de aproximadamente 1 ano. Quando essa restauração foi concluída, o Untergunther decidiu encontrar Bernard Jeannot , o administrador do Panteão, para lhe mostrar esse trabalho e conectar o relógio aos sinos.

Depois de uma recepção entusiasmada, o Sr. Jeannot mudou de idéia de repente e decidiu manter o silêncio nessa restauração clandestina, com medo de que essa ação fantástica fosse a prova da incapacidade da administração do patrimônio nacional francês, Monum, de preservar o patrimônio de que é responsável.

Na noite de 24 de dezembro de 2006, o Untergunther voltou ao Panteão e fixou os sinos no relógio que soou no Natal e alguns dias depois porque o Sr. Jeannot decidiu que esse resultado de uma restauração clandestina de uma parte abandonada da herança francesa era intolerável e teve que parar.

Essa incrível restauração é o fim de uma aventura iniciada com a transformação clandestina de uma parte negligenciada do Pantheon como uma sala de design com móveis de madeira construídos no local, eletricidade e um computador conectado à Internet chamado UGWK, para “Unter und Gunther Winter Kneipe “, que pode ser traduzido como o Unter e Gunther Winter Boozer. Uma oficina muito agradável, que também deu pesadelos ao senhor Jeannot e sua chamada administração.

Na manhã de sexta-feira, 23 de novembro de 2007, quatro membros do Untergunther compareceram perante o Tribunal de Justiça de Paris, acusados não de invasão ilegal e ocupação de um monumento nacional ou uso de chaves falsas, mas por terem destruído um detentor de uma fechadura localizada em uma das grades externas do Panteão.

Esta acusação (qualificada como “estúpida” pela Promotora Pública Anne Benejean) não é comprovável; a acusação foi a libertação total dos membros da UnterGunther, enquanto Eric Gomez, advogado de Monum, pediu 48300 euros em compensação.

Após vinte minutos de deliberação, o juiz confirmou a libertação.

Pascal Monnet, o novo administrador do Panteão (após a aposentadoria do “eficiente” Bernard Jeannot) e Ghislaine Santoni, encarregada da segurança do prédio, deixaram o Tribunal de Justiça com uma cara muito triste e o UnterGunther foi ao seu novo workshop clandestino tomar uma bebida.

Dez anos depois o relógio Wagner foi restaurado oficialmente.

Ironicamente, um dos membros do grupo secreto e especialista em relojoaria, Jean-Baptiste Viot, foi escolhido para realizar essa tarefa.

” É verdade que, quando você pensa que este é o mesmo relojoeiro que foi difamado pelo governo há 12 anos, é estranho”, comentou Lazar Kunstmann (pseudônimo), porta-voz do grupo Untergunther, que acompanha de perto o trabalho de restauração, mas quando você pensa sobre isso, é uma reação bastante lógica: não é tanto que a administração do CMN tenha mudado de idéia. Eles não são mais as mesmas pessoas responsáveis, por isso a atitude é diferente e faz sentido que o CMN tenha chamado o mesmo relojoeiro ” .

O CMN lançou um edital de licitação, “em parte porque se trata de recursos públicos, em segundo porque permite analisar o método científico proposto pelos restauradores “.

É assim que Jean-Baptiste Viot propõe, entre outros, seus conhecimentos no CMN. “

Então o relógio voltou a funcionar

” Ouvimos! Nem sempre toca na hora certa, as agulhas nem sempre estão no lugar certo, mas funciona ” , brinca David Madec.

O administrador do Pantheon, no entanto, critica gentilmente o grupo de exploração urbana: ” Jean-Baptiste Viot não documentou cientificamente sua primeira ação. Como fez fora das regras da restauração, não temos documentação científica que digamos, ‘Ah, em 2006, foi o que foi feito’. “O que Lazar Kunstmann nega:” A primeira restauração está muito bem documentada, eles não tiveram acesso à nossa documentação interna, mas não acredito que eles nos perguntaram … ”

Anos depois, no entanto, as relações entre o Panteão e os Untergunthers parecem mais pacíficas: ” A sociedade civil pode naturalmente nos alertar para uma série de questões que parecem importantes ou que podem ser consideradas negligenciadas por nós”, diz David Madec.

Pois é pessoal, eu sou fã dessas sociedades secretas de Paris, eles fazem coisas interessantes, pelo menos eu desconheço que eles comentam crimes, eles agem a favor da arte, patrimônio e curtem a vida de um modo diferente, como esse pessoal que curte andar pelas galerias não oficiais das catacumbas, assistir a um Cineminha nas profundezas de Paris, eu mesma adoraria conhecer esse cinema, me sentiria uma privilegiada, mas nem todos podem concordar comigo, eu entendo, porém, o que eles fizeram pelo relógio não tem preço que pague!

Quem for ao Pantheon após ler esse texto, com certeza vai observá-lo com outros olhos!

Bisous et a bientôt 😘

Vanessa 🌻

Fontes:

http://urban-resources.net/untergunther.html

Wikipedia